Presidente da organização católica quer superar mal-entendidos em volta de uma palavra «nobre»
Lisboa, 05 set 2014 (Ecclesia) – O presidente da Cáritas Portuguesa
explicou à Agência ECCLESIA a importância do segundo Dia Internacional
da Caridade, celebrado hoje, e os objetivos da iniciativa ‘Cáritas –
Porta aberta’ que vai dar a conhecer o trabalho desta instituição.
“Pensamos que se é o Dia da Caridade, é o dia da Cáritas e forçosamente
tínhamo-nos de associar e tentar mostrar aquilo que procuramos fazer a
partir deste grande dom que é a caridade”, disse Eugénio Fonseca.
O Dia Internacional da Caridade foi instituído pela Assembleia-Geral
das Nações Unidas em 2012, através da Resolução 67/105, na data da morte
da Beata Madre Teresa de Calcutá (5 de setembro) e pretende “reconhecer
o papel fundamental das instituições, governos e pessoas que praticam a
caridade e aliviam as crises humanitárias e o sofrimento humano”.
O presidente da Cáritas Portuguesa está “convencido” de que existem
pessoas que “não estimam a palavra [caridade] porque a imagem que têm da
ação que lhe está subjacente não corresponde aquilo que é de facto
amar”.
“A culpa não é das pessoas que não gostam da palavra, mas será nossa,
que muitas vezes não praticamos de verdade e na verdade a caridade”,
acrescentou.
Nesse sentido, a
Cáritas Portuguesa
assinala e promove o Dia Internacional da Caridade, esta sexta-feira,
com a iniciativa ‘Cáritas – Porta Aberta’, na qual convida a visitar as
suas instalações e a conhecer o trabalho que desenvolve nas 20 dioceses
de Portugal.
“O lema refere que a Cáritas rege-se por um princípio que é fulcral na
caridade que é a universalidade. Porta aberta para todos, onde todos
podem entrar para trazerem as suas aflições, as suas angústias mas
também para trazer a esperança que pode traduzir-se em dádiva de
trabalho, sem esperar nada em troca, ou nos donativos que se dão e a
Cáritas tem o dever de utilizar nos mais pobres”, observa Eugénio
Fonseca.
A
Cáritas Diocesana de Setúbal,
para além de abrir as portas de cinco instituições locais, como a sede,
centros sociais, de acolhimento ou creches e jardim-de-infância promove
a tertúlia ‘Caridade – Palavra Mal Entendida. Porquê?’, uma reflexão
informal na Casa Baía, pelas 21h00.
Outro exemplo é a
Cáritas Diocesana Leiria-Fátima
que adere à iniciativa e abres as portas da sede, em Leiria, no horário
das 10h00 às 12h30 e das 14h30 às 17h30, e a Casa Amarela, onde se
realiza a colónia balnear e infantil e juvenil, das 10h30 às 12h30 e
15h30 às 17h30.
Eugénio Fonseca destaca que para além dos cidadãos anónimos que podem
visitar as instituições as diversas Cáritas Diocesanas, também vão ser
convidados políticos e “entidades que fazem opinião”, como os
jornalistas que “muitas vezes nos seus léxicos de comunicação não dizem
bem qual é o sentido da palavra” caridade.
O entrevistado considera que se as pessoas “estivessem bem informadas”
sobre o que é a caridade “seriam mais exigentes” com quem a pratica e
“deixariam de os rotular com diminutivos”.
“Não deixa de ser significativo que tenha sido uma organização
não-religiosa a criar este dia”, desenvolve Eugénio Fonseca, que frisa
que o dia 5 de setembro “não é uma ação propagandista mas de empatia”
com quem quer saber como poderá dar o seu contributo para “tornar o
mundo melhor”.